Engana-se quem pensa que o jovem Daniel foi lançado na cova dos leões
por razões religiosas ou políticas. As
razões políticas ou religiosas são máscaras, maquiagens que a alma mesquinha se
utiliza para encobrir o verdadeiro motivo: A Inveja.
O invejoso que se preza jamais admite a sua inveja. Quer que pensemos
que o que o leva a perseguir, a falar mal, a manchar a honra de outrem ou desvalorizá-lo
é sempre uma “suposta causa nobre”. O que
me faz crer que todo invejoso é também impostor, mentiroso.
Inveja é uma palavra de origem latina cujo significado literal é “olhar
enviezado”, “olhar torto”. Rubem Alves
diz que uma “coisa ruim mora no olhar do invejoso”. Creio que por isso o seu olhar é “enviezado”,
para que ninguém veja o verdadeiro espírito por trás da inveja. Por ser “torto” distorce tudo, aí o que é
belo parece feio, o que é certo parece errado, o que é bom parece mal.
Disse o poeta: “as invejas dão movimentos demais aos olhos”, sendo
assim é de se crer que no fundo, no fundo todo invejoso tem um coração
perturbado. Os olhos são reflexo do
interior, afinal foi Jesus quem disse: “os olhos são as janelas da alma”, “se
teus olhos forem puros todo o corpo será puro”, pois os olhos refletem o que
acontece por dentro.
Mas o que os portadores desta enfermidade não sabem é que ela tem o
DNA da morte. Primeiro e
preferencialmente da vítima, do Daniel, daquele que detém algo que o invejoso
gostaria de possuir. Mas em última
instância o DNA da morte se manifesta também no próprio invejoso, que ao perceber
que Daniel não foi devorado pelos leões, lança-se cova adentro, porque é melhor
a morte que assistir o triunfo do outro.