quinta-feira, 29 de julho de 2010

JUVENTUDE

Ouvi certa vez um velho sábio dizer: “ah! Se os jovens soubessem e se os velhos pudessem”. Palavra com a qual concorda o poeta quando diz: “esses moços, pobres moços, ah! Se soubessem o que eu sei ... não passavam aquilo que eu já passei”. Assim sendo gostaria de presentear a nossa juventude com alguns conselhos, fruto da minha experiência errante, como peregrino, que está alguns passos adiante, que já passou pelas estradas que eles agora trilham.

Aproveite o dia de hoje, viva-o bem, intensamente e da melhor maneira que puder.

Não se preocupe tanto com o futuro, prepare-se da melhor forma para enfrentá-lo, mas não o tema, nem o deseje, nenhum de nós sabe como ele será. Não nos foi dado o direito e o poder de controlá-lo. Ele virá, em determinados momentos nos convidará a rir, noutros nos fará chorar. Aprenda que toda preocupação é vã e inútil.

Cuidado com os sentimentos seus e dos outros. Faça amigos e conserve as amizades. Ter ou não amigos faz muita diferença, especialmente nos dias ruins. Não brinque, nem seja leviano com os sentimentos das pessoas. Podemos marcar ou manchar a vida daqueles que convivem conosco. Esforce-se para marcar e de forma positiva. Seja sincero consigo mesmo, fuja dos sentimentos ruins e não os alimente por mais que pareça valer a pena fazê-lo.

Dê uma olhada na sua bagagem, jogue fora todo peso desnecessário. A jornada será longa, mantenha na sua mochila somente o que lhe trouxer prazer. Descarte todo peso morto, tudo que lhe suga as forças. Guarde os elogios, os reconhecimentos e continue trabalhando para merecê-los. Guarde os bilhetes de amor, eles lhe lembrarão dos melhores sentimentos vividos ao longo da vida e o farão enxergar que viver vale a pena.

Exercite-se, cuide do seu corpo e da sua mente. Caminhe, pratique esportes, leia, assista uma peça de teatro, vá ao cinema, viva! Mas principalmente observe o conselho de outro caminhante, peregrino e veterano que nos aconselha: “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude”.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

PAIS & FILHOS

Amo ver os pais paparicando seus filhinhos. Outro dia vi um pai todo orgulhoso querendo que seus amigos vissem tudo quanto sua filhinha já sabia fazer. “Mostra pro titio que você faz. Mostra filhinha, faz pro titio”, mas a menina insistia em fazer outra coisa. O pai ficou numa situação ‘ridícula’, fazendo ele mesmo o que a criança deveria estar fazendo, e nada. Frustrado e resignado se deu por vencido e justifica: “ela faz direitinho, mas está com vergonha”.

Amo ver porque a cena é cativante, é uma cena amorosa. Mostra que o amor é capaz de valorizar as coisas mais simples. Mostra que quando amamos mesmo as coisas ‘mais insignificantes’ ganham contorno de conquistas extraordinárias.

Pensando essas coisas ‘viajei’ e comecei a pensar em nossa relação filial com nosso Pai do Céu. Pensei na cena do batismo de Jesus e de como o Pai, todo alegria ao ver seu filhão fazendo algo que lhe agrada, declara: ‘este é meu filho. Que prazer que tenho nele! Este menino só me dá alegria’. O Pai convida o universo inteiro, seres desse e do outro mundo a ouvirem a declaração amorosa de um pai apaixonado que se delicia com os pequenos gestos do seu pequenino. Tudo isso acontece por um filho, que sabendo o que seu pai gosta, esforça-se para agradá-lo. A reação paterna é instantânea e maravilhosa: “vejam, este é o meu filho, que me faz feliz”.

Desejei ser um filho assim. E nesses pensamentos me perguntei como saberia o que o Pai deseja que eu faça pra que ele se alegre? Fiquei imaginando Deus me concedendo dons, porque os acha mais afeitos ao meu temperamento e personalidade, algo que se encaixe direitinho comigo e com o meu potencial. Como um pai que compra brinquedos que ajudem seu filho a se desenvolver, e que fica todo feliz ao vê-lo exibindo seus talentos e competências diante dos seus amigos. Fiquei imaginando Deus, como o Pai Maravilhoso, todo feliz ao ver seus filhos “se exibirem” com os dons que Ele lhes dá.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Quase Lá!

Outro dia ouvi uma senhora muito culta elogiando um homem simples por sua sabedoria. Ela o definiu como uma pessoa sem formação acadêmica, mas um sábio, formado pela escola da vida. Me pus a pensar o que isso significaria. Quem é que pode ser aprovado na escola da vida? Normalmente os de cabelos embranquecidos se julgam aprovados e capazes até de oferecer sua “experiência de vida” aos menos vividos. Cabelo branco não é sinal de experiência, nem de aprovação na vida. Para se ter experiência, e ser aprovado na escola da vida é preciso mais que viver muito, é aprender as lições com os fatos vividos e ou sabidos. Alguém já disse que sábio (aprovado na escola da vida) é quem aprende com seus erros e que mais sábio (aprovado na escola da vida com louvor) é quem aprende com os erros dos outros.
A copa é um evento que mexe quase que o mundo todo por um mês a cada quatro anos. É impossível que um evento como este sirva apenas para saber quem é a melhor seleção de futebol. A estrutura montada, que consumiu milhões de dólares e anos de trabalho, deve trazer benefícios aos moradores do país sede e todos nós temos que aprender algumas lições que ajudem a melhorar a nossa vida.
Assim gostaria de tirar lições de três momentos distintos da copa na África do Sul. Nestes três momentos vimos três seleções que quase chegaram lá, que por pouco, muito pouco, não passaram para a próxima fase e assim pudessem continuar sonhando com o título.
No jogo Gana X Uruguai o jogo transcorreu empatado até os últimos segundos da prorrogação, quando Gana teve a oportunidade de fazer o gol, o que só não aconteceu por causa da mão salvadora do atacante do Uruguai. Como punição o atacante foi expulso e a seleção de Gana teve um penalty a seu favor. Caso fizesse o gol, a partida estaria definida e Gana passaria à próxima fase e o selecionado uruguaio voltaria pra casa mais cedo. Colocada a bola na marca penal, o jogador ganense corre, bate e a bola caprichosamente bate no travessão e sobe. Gana ficou fora por causa de 5 cm. Fosse aquela bola batida 5 cm abaixo e ela teria entrado e a história da copa poderia ser outra ao menos para Gana. Um detalhe tirou de Gana o sonho.
Outro momento extremamente didático foi o jogo entre Paraguai e Espanha. Todos sabiam que seria um jogo muito difícil para o Paraguai. A Espanha era a favorita e o Paraguai sabia que não podia se dar ao luxo de perder uma oportunidade sequer. Quando aparecesse teria que ser eficiente e marcar. Pois bem, aos 13 minutos do segundo tempo a Espanha comete uma falta dentro da área, penalty. Aquele era o momento mais esperado da partida. Caso fizesse o gol, o Paraguai só teria que se defender, não levar mais nenhum gol e pronto estaria na próxima fase. Bola na marca, o atacante chuta a bola e ... perdeu. Mais alguns minutos, gol da Espanha. Novamente aos 43 minutos a última chance do jogo a favor do Paraguai e nada. O Paraguai dá adeus a copa, porque não soube aproveitar as chances que lhe foram oferecidas.
O outro momento marcante da Copa foi o jogo entre a Itália e Eslováquia. Apesar do favoritismo da Itália, até por ser a campeã da última copa, o que vimos foi um time sonolento que embora enfrentasse um adversário limitado, foi surpreendido tomando logo 2X0 e deixando para reagir e jogar algum futebol apenas nos últimos 15 minutos do jogo o que foi suficiente para diminuir o vexame, mas não para evitar a desastrosa derrota por 3X2.
Na escola da vida precisamos aprender que viver é cuidar dos detalhes. A diferença entre a vitória e a derrota está nos detalhes. Gana perdeu a chance por 5 cm, quantas vezes perdemos a chance da vida por causa de um detalhe que não cuidamos. Também é preciso aprender que na vida não existe sorte ou azar, tudo é uma questão de aproveitar as oportunidades que a vida nos dá. Lembre-se a oportunidade é careca, pegue-a assim que passar ou jamais tornará a pega-la. E na escola da vida é preciso aprender, se quisermos aprovação, que a hora de agir ou reagir seja agora. Não se entregar é bom, e quanto mais cedo fizer isto mais chances de vencer. Lembre-se: quase lá, é a mesma coisa que não atingir o alvo.