Um dos gargalos que beneficia a
Religiosidade de Mercado é a Auto-regulamentação, ou seja, a indústria da fé é a
responsável por atestar a autenticidade dos seus produtos, e é ela quem
determina quem são os “infiéis”. Quem já não viu o sensor na TV chamando a
todos os que dele discordam de “esquerdopatas” ou coisas do gênero?
O depoimento do Senhor Wizard à
CPI da Covid escancara a porta do quarto mais secreto na fábrica da picaretagem
religiosa. Mostra que os produtos tidos como genuínos não resistem ao menor
teste de qualidade. Exposto a um pouco de luz fez derreter a cera do engano.
Aquilo que de longe, e especialmente longe do fogo, parece ser o mais fino
produto e o mais excelente acabamento de uma obra perfeita.
Não se engane, Deus não se deixa
aprisionar. Deus não está preso à fórmulas, a esquemas (nem mesmo e
principalmente os religiosos). É sabido que Jesus não tinha predileção por
religiosos nem se deixava enganar por discursos e nem mesmo determinadas práticas
tidas como piedosas. Alertou os seus para o perigo dos falsos que falam e dizem
agir em seu Nome. “Acaltelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós,
vestidos como ovelhas, mas que no íntimo são lobos devoradores” (Mateus 7:15). Ele disse ainda: “Nem todo que vive com o meu
nome na Boca dizendo: Senhor, entrará no Reino” (Mateus 7:21).
Deus não é monopólio de ninguém e
de nenhuma religião. Jesus revelou-se a todos e todas. Declarou fé invejável entre
aqueles que não faziam parte da religião hegemônica no seu país: Elogiou um romano
por sua fé, fez o mesmo com uma mulher cananéia. Diz, no Evangelho de Mateus 24
e 25 que dentre os que são elogiados no último dia estão pessoas que não
pertencem ao espectro religioso hegemônico e que ficarão surpresas com o elogio
e dirão: mas quando te fizemos isso? “O Espírito é livre e sopra onde quer e
não sabes donde vem, nem para onde vai”. Deus não está nem lá, nem aqui, está
entre. O resto é delírio ou estelionato.