“Seu maquinista é favor parar o trem que hoje é aniversário de quem muito eu quero bem. Ai como é bom se festejar, aniversário no arraiá, ai como é bom se festejar aniversário no arraiá” era assim que era acordado todo dia 11 de agosto até meus 30 anos. Durante a maior parte da minha vida este cântico significava que teria uma deliciosa galinha no almoço e o carinho de todo dia.
É engraçado que no mundo de consumo em que vivo hoje parece impossível uma criança ser feliz, tornar-se um adolescente tranqüilo e um adulto sem maiores frustrações. Nada de presentes caros, aliás, presente mesmo tenho muito pouca lembrança. Mas sem saudosismo gratuito e fruto da falta de reflexão, gostaria de afirmar que se me fosse dado o direito de voltar e renascer, gostaria de renascer lá, na Itinga da Serra, na casa de Seu Fernando, homem simples, manso e bem humorado e de Dona Eliete mulher guerreira, carinhosa e cheia de fé.
Neste 11 de agosto sem ter quem cantasse a música do maquinista, minha mente e meu coração cansados dos presentes, das falsas falas de feliz aniversário recorreu ao bolso da alma e de lá retirou esta canção quase esquecida e o meu espírito se alegrou, se renovou, me lembrei do gosto da galinha, dos beijos não fingidos, dos afagos paterno e materno, das brincadeiras de criança com meus irmãos e amigos, me lembrei de onde vim e de quem eu sou. Me senti gente com história. Desejei reencontrar pessoas queridas, redescobri sonhos empoeirados, votos esquecidos. Brinquei com cada ano já vivido como se fosse bola de gude, peguei cada um, poli, dei um brilho especial. Em cada um deles encontrei ranhuras, sinal de que foram usados, de que brinquei com eles. Nem pensei em quantos anos ainda tenho, mas quantos já vivi e de como foram bons e os desejei reencontrá-los.
Creio que também é pra isso que serve a festa de aniversário, relembrar, reviver, tirar lições que nos ajudem a tocar a vida de maneira mais digna, de nos humanizar, de nos fazer recobrar a consciência. Hoje tudo isso aconteceu por causa da velha cantiga que relembrei.
É engraçado que no mundo de consumo em que vivo hoje parece impossível uma criança ser feliz, tornar-se um adolescente tranqüilo e um adulto sem maiores frustrações. Nada de presentes caros, aliás, presente mesmo tenho muito pouca lembrança. Mas sem saudosismo gratuito e fruto da falta de reflexão, gostaria de afirmar que se me fosse dado o direito de voltar e renascer, gostaria de renascer lá, na Itinga da Serra, na casa de Seu Fernando, homem simples, manso e bem humorado e de Dona Eliete mulher guerreira, carinhosa e cheia de fé.
Neste 11 de agosto sem ter quem cantasse a música do maquinista, minha mente e meu coração cansados dos presentes, das falsas falas de feliz aniversário recorreu ao bolso da alma e de lá retirou esta canção quase esquecida e o meu espírito se alegrou, se renovou, me lembrei do gosto da galinha, dos beijos não fingidos, dos afagos paterno e materno, das brincadeiras de criança com meus irmãos e amigos, me lembrei de onde vim e de quem eu sou. Me senti gente com história. Desejei reencontrar pessoas queridas, redescobri sonhos empoeirados, votos esquecidos. Brinquei com cada ano já vivido como se fosse bola de gude, peguei cada um, poli, dei um brilho especial. Em cada um deles encontrei ranhuras, sinal de que foram usados, de que brinquei com eles. Nem pensei em quantos anos ainda tenho, mas quantos já vivi e de como foram bons e os desejei reencontrá-los.
Creio que também é pra isso que serve a festa de aniversário, relembrar, reviver, tirar lições que nos ajudem a tocar a vida de maneira mais digna, de nos humanizar, de nos fazer recobrar a consciência. Hoje tudo isso aconteceu por causa da velha cantiga que relembrei.