terça-feira, 8 de dezembro de 2009

NOVOS NOMES, VELHAS PRÁTICAS

Hoje acordei com um sentimento de desânimo. Tenho saudade do passado, sou até piracêmico, gosto do gosto do passado. Amo o passado, mas apesar disso e até de maneira antagônica, tenho os meus olhos voltados para o futuro. Estou absolutamente ciente que o novo sempre vem.
Acordei desanimado não porque o novo chegou, mas porque ele chegou com gosto de “mau passado”. Desanimei porque percebi que não avançamos, que estagnamos, que apesar das novas personagens, as práticas são antigas. Se temos novos nomes, continuamos com as velhas práticas, isso vale tanto para religião quanto para política.
Desanimei porque percebi que apesar das lutas, dos exílios, de tantas lágrimas, de tantos sonhos compartilhados e dos corpos estendidos ao longo do caminho percebo que parece que não valeu à pena, que não saímos do lugar, que andamos em círculos, e pior, retrocedemos, involuímos.
Desanimei porque percebi com o poeta que “meus heróis morreram de overdose e os meus inimigos estão no poder”, porque percebi também que necessito de uma ideologia pra viver. Desanimei porque apesar do sonho que ainda tenho, hoje ele parece mais distante que nunca. Desanimei porque percebi as novas personagens como zumbis, reencarnações de velhas personagens com suas atitudes e práticas carcomidas, travestidas de novos ideais. Desanimei porque quando olho nos olhos desses zumbis vejo a velha alma, o espírito de outrora como num filme trash, voltando para assombrar e para impedir que o verdadeiramente novo se instale. Como diria um velho sábio popular: mudam as cóleras, os cães são os mesmos, por isso acordei desanimado. Mas amanhã, bem amanhã, quem sabe ...

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