segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

VERGONHA DA OPBB

Acabei de receber a notícia de que a OPBB aceitou a filiação de pastoras cujas filiações ocorreram até janeiro de 2007, as demais continuam barradas.
Eu nem sei como classificar tal decisão. Está oficializado que a questão não é mais de entendimento bíblico. Já não há mais contestação bíblica de que mulheres possam ser chamadas por Deus, de que a vocação pastoral também pode ser para mulheres, a menos que alguém diga que Deus chamou mas somente até o ano de 2007 e que as chamadas posteriores estão fora do decreto divino, cujo prazo expira em janeiro de 2007. Talvez alguém queira me convencer de que a decisão de agora é um avanço, mas que precisamos respeitar as regras democráticas e portanto a decisão de 2007 (Florianópolis) precisa ser respeitada até que possa ser legalmente revogada. Se assim é, que se diga, que se seja explícito.
Pra mim fica cada vez mais claro que o que está em disputa é a reserva de mercado. Durante anos, nós, os machos, tivemos este direito e não estamos dispostos a abrir mão e deixar as mulheres entrarem na concorrência. Não queremos abrir mão de ajudadoras tão leais e tão competentes, que agora passam a concorrer conosco.
Fica cada vez mais claro pra mim, que apesar de grande parte dos pastores já terem entendimento de que este é um caminho sem volta, de que as mulheres não são concorrentes, mas parceiras, companheiras. Ainda há alguns que estão dispostos a lutar até o fim para que as mulheres continuem privadas dos seus direitos. Alguns que, a julgar pela decisão de agora, possuem uma força extraordinária na estrutura denominacional a ponto de impedir o reconhecimento, ainda que tardio, que para Deus não há homem, nem mulher ... e o direito de exercerem o dom que lhes foi concedido por Deus.
A estas mulheres, bravas guerreiras, desbravadoras, pioneiras e amigas, que apesar de tamanho descaso, continuam na luta, leais, idôneas gostaria de falar (embora sem autorização expressa) em nome de todos quantos as admiramos, as reconhecemos e nos orgulhamos de estarmos fazendo parte do mesmo exército, lutando a mesma peleja, gostaria de lhes pedir desculpas e como dissse Jesus pedir que nos perdoem porque não sabemos o que fazemos. Somos apenas "meninos amedrontados".
Eu que sempre me orgulhei de ser batista, que sempre levantei a bandeira do envolvimento denominacional, hoje digo de forma bem triste, tenho vergonha da minha ordem, tenho vergonha de pertencer ao rol de membro desta ordem. Mas confio que em breve recobraremos a nossa lucidez e celebraremos a chegado de um novo tempo, apesar de um "velho" presente.

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