
Paz é a grande necessidade do mundo, apesar disso, parece que não é uma prioridade pra todos, nem o anseio de alguns. Posso listar diversas razões pra isso.
Em primeiro lugar, porque fazer guerra é mais fácil que promover a paz. Para uma guerra se instalar basta um olhar, um gesto, uma palavra, uma agressão, um tiro, um interesse contrariado, enquanto que para alcançar a paz é preciso reconhecer o erro, abrir mão de direitos, acreditar no outro, é preciso ser um otimista mórbido, é preciso ser criança.
Em segundo lugar, porque a guerra pode ser mais lucrativa que a paz. Os mercadores da morte fazem sua riqueza e sua fama na violência da guerra. Seu lema é “Sua tristeza é nossa maior alegria”.
Em Terceiro lugar, porque a guerra e o ódio podem ser muito mais produtivos e duradouros que a paz e o amor. Por conta dos recursos envolvidos e da pesquisa para se aprimorar a máquina de matar, traz como efeito colateral benefícios tecnológicos para a sociedade em geral. Também é inegável que o ódio pode ser um colante mais poderoso que o amor e a paz. As relações baseadas no ódio e no medo tendem a ser mais duradouras que aquelas mantidas por amor, como diz o poeta: “Não seja imortal, posto que é chama”, a chama do amor é chama de vela, o fogo do ódio é fogo de vulcão, uma chama quase inextinguível.
O episódio do Irã serve muito bem para ilustrar as nossas relações interpessoais. As lições mais evidentes são: há muita gente dizendo amar a paz, mas que está mais interessada em guerra, em inimizade, em fomentar os sentimentos ruins. Tem gente que se alimenta de ódio e tem grande interesse em promovê-lo e por fim, o ódio, se alimentado, torna-se inextinguível.
Para acreditar num mundo de paz é preciso ser ingênuo, é preciso ter a alma pueril, infantil, ser como criança. Não há nada que mais deseje para a minha vida. Desejo ardentemente me tornar cada vez mais como criança, coração puro, que faz do inimigo de ontem o melhor amigo de hoje. Para que a paz reine entre nós, não há outro jeito. É abrir mão da maturidade odiosa dos adultos e tornar-se imaturamente amoroso, como as crianças.
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