As estações do ano servem de metáforas para roda da vida. Podemos vive-las inclusive todas num curto espaço de tempo. No verão e na primavera é possível viver intensamente a alegria, a descontração e as cores mais vibrantes. No inverno o mundo parece inóspito, um deserto desesperador.
Entramos agora no outono, estação rica em lições. Nesta estação dias e noites se equivalem, há quedas das folhas, talvez sua imagem mais marcante, mas é também a estação dos frutos. Por estar entre o verão e o inverno vivemos algumas coisas bastante peculiares: a instabilidade nas temperaturas, incluindo a possibilidade de nevoeiros – a nossa própria existência em determinados momentos segue exatamente esta regra: quando deixamos de ser crianças e ainda não somos adultos, vivemos a riqueza e instabilidade da adolescência. Quando vivemos a transição da idade adulta para a maturidade caímos na crise da meia-idade. Há outra lição extraordinária do outono é uma tendência de sonhar com os dias idos do verão, das cores, do prazer e a tentativa inútil de tentar não pensar no inverno que se avizinha e que pode amedrontar.
Lembramos com alegria, e certa nostalgia, do verão que se foi, mas que voltará. Fazer a preparação para o inverno já antevendo a beleza da primavera é o desafio existencial. “o que a lagarta chama de fim, o resto do mundo chama de borboleta” (Lao Tzu). Bem-Vindo outono!
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