terça-feira, 29 de dezembro de 2009

COMEÇAR DE NOVO

Certa vez uma jovem, depois de ouvir um sermão sobre a dor e o choro, disse ao pregador: “eu nunca chorei”. E o sábio, velho pregador declarou: “a vida lhe ensinará”. Mesmo sendo uma experiência comum à todas as pessoas, tem muita gente que ainda não aprendeu a lidar com ela. Muita gente que conheço sucumbiu diante da dor e da perda. Muita gente desistiu da vida por causa dos insucessos e até dos constantes fracassos. Somos a geração do analgésico, que aprendeu um jeito de dar um jeito na dor, de driblá-la, de evitá-la. Há muita gente ainda esperando a vida dos contos de fada e mais, tem muita religião por ai prometendo uma vida sem problemas. Quando esta gente descobrir que a vida não é bem assim, vai dar um nó no juízo e na fé.
Davi, homem acostumado às vitórias, coleciona também momentos difíceis. Ele sabia e nos ensina que a vida nem sempre é um mar de rosas. O desafio é tirar lições da sua vida, que nos ensinem a agir proativamente diante da perda e da dor, como dar a volta por cima, como começar de novo.
No evento de II Samuel 12 vemos que diante de uma grande batalha, mesmo quando parece perdida, é preciso aprender a não desistir antes da hora. Veja bem, o texto diz que Davi não jogou a toalha. Só se deu por vencido quando não tinha mais um grama de esperança, quando viu que a profecia terrível se cumprira e que aquela situação era imutável (II Sm 12:2-17). Mas até isso acontecer Ele nos ensina a acreditar sempre, a fazer o possível pra vencer, pra prevalecer. Não desista antes da hora. A primeira grande lição desse episódio é Acredite Sempre que tudo vai se resolver, invista o seu melhor pra vencer. Pense como um vencedor e viva como tal. Outra lição pra quem quer vencer sempre é: Faça de Deus seu Aliado - Buscou a Deus – jejuou e se prostrou. Ele acreditou que Deus resolve tudo, tem poder até de reverter a palavra profética (conf. Ex 32:14; II Re 20:1-11). Davi acreditava e nos convida a acreditar na bondade e misericórdia do Senhor (Salmo 23:6), acreditava que Deus pode reverter o processo (João 11:44). Deus pode resolver qualquer problema. Mas tem gente com medo de palavras de maldição, se assombrando por causa de praga, de agôro. Busque a Deus agora e faça dEle seu aliado nessa batalha. “Trabalhe como se tudo dependesse de você e Ore como se tudo dependesse de Deus”. Mais uma lição pra Começar de Novo é Aprenda que Tem Hora pra Tudo, até pra MUDAR. Em Eclesiastes 8:5 aprendemos que “o sábio sabe o tempo e o modo”. Seja sábio. Davi estava orando, buscando, sofrendo, mas sentiu a mudança dos tempos, sentiu a mudança do humor dos seus empregados, percebeu a tristeza dos seus semblantes e concluiu que o ciclo se fechara. Concluiu que era hora de mudar. Davi acreditava, mas não vivia de ilusão e engano. Sabia que mesmo um homem de Deus pode experimentar adversidades e insucessos. Aceitou e partiu pra outra. Não ficou se lamentando da sorte ou murmurando da vida. Se caiu, fracassou, perdeu e sofreu e isso é fato consumado, levante, sacuda a poeira de ontem e comece a caminhar em direção à sua nova vida.
Resumindo: Não desista antes da hora: acredite que tem jeito, faça de Deus seu aliado, aprenda a discernir: se é tempo de acreditar, creia, se é hora de seguir em frente apesar das perdas e da dor, faça isso agora. O ano está começando e pode ser o melhor ano da sua vida, das maiores conquistas, das maiores vitórias. Tudo vai depender das suas decisões diárias. Creia e viva como que crê.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O VERDADEIRO NATAL

O comércio está a pleno vapor. Nunca se vendeu tanto como neste natal, vende-se de tudo. O consumo está em alta. São tantas as ocupações e preocupações que quase não se lembra do aniversariante. Muitos nem associam o natal ao nascimento de Jesus, e dos poucos que lembram sabem apenas o nome e nada mais,. E o natal vai sendo entendido e vivido como a festa do panetone e do Papai Noel.
Mas ouso dizer que natal é um épico diário. O fato histórico revela o embate nosso de todo dia. Suas implicações não estão limitadas às vielas e lugarejos da Palestina do século I. A cada raiar de dia nos vemos diante da mesma história, das mesmas decisões. Como aquele programa diário com sua trama conhecidíssima mas que nos apaixona cada vez que é encenada. Diz o livro sagrado: “veio para os que eram seus” – veio para encontrar-se com todos os homens e mulheres, para todos os viventes, de todas as raças, de todas as religiões, de todos os continentes, de todas as épocas. “Mas aqueles que deveriam lhe receber, lhe rejeitaram”. Aliás, sempre foi assim desde o Paraíso – lá também, um dia, Ele saiu da sua comodidade e veio ao encontro daqueles a quem amava, veio só dizer que os amava, veio só dizer que se importava – diz a Escritura que “Ele escolheu a hora do vento suave e veio passear pelo jardim e visitá-los”. Quando procurou por eles, encontrou a casa fechada, bateu, chamou, bradou e então se deu conta de que não era bem vindo, que sua presença incomodava, como uma visita inconveniente, indesejada. Numa outra linguagem: “Ele era a luz, veio acabar com as trevas, mas aqueles que vivam em trevas não o receberam”. O outro nome para Ele seria o rejeitado das nações, o rejeitado pelos homens. Quando precisou nascer e buscou um lugar para vir a este mundo bateu em muitas portas e em todas elas um só aviso: NÃO HÁ LUGAR. Para os amigos cedemos a nossa cama, damos o melhor, mas pra Ele não encontramos um cômodo sequer, ainda que fosse a manjedoura.
Falo do natal como um épico diário, porque o amor dEle é insistente, não é amor como o de Papai Noel, amor de uma noite apenas. O amor de Papai Noel é amor ficante, o amor dEle é ágape, sacrificial, diário, permanente, amor que nem a morte é capaz de separar. E por causa desse amor apaixonante, Ele insiste em nos mandar o recado diário, como um amante apaixonado, que insiste no seu amor e com seu amor, mesmo sabendo-se não amado, mesmo sabendo-se indesejado. A cada manhã Ele insiste em bater a nossa porta, em nascer em nosso coração, movido por um amor incontrolável insiste. A cada Natal reafirma a disposição de perdoar, de recomeçar. A cada Natal nos diz que seu desejo de reencontrar-nos permanece inalterado. Avisa que não veio nos acusar, que só veio dizer que nos ama. Que deseja nos levar de volta ao lugar do jardim, onde o vento suave sopra. Veio dizer da saudade que sente de nós, veio revelar o seu desejo de reencontro com seus filhos, embora muitos insistam em bater a porta na cara, olhar com indiferença, odiá-lo ou simplesmente ignorá-lo.
Abrir o coração, a casa para que Ele nasça é ganhar como presente o direito, o poder de ser considerado Filho legítimo. O desafio vivido pelo Natal verdadeiro é receber a vida como um dom, um presente, é saber-se abençoado, desejado, amado e protegido. Mas é também, saber viver a vida como uma doação, é reproduzir em seus relacionamentos a mesma paixão avassaladora, apaixonante, que inclui, que perdoa, que abençoa.
O verdadeiro natal não é aquele que celebramos no dia exato do nascimento de Jesus, não é aquele que celebramos nas mesas fartas, nos presépios, nas cantatas ou nos amigos secretos de amor forçado. Natal verdadeiro não se dá quando apenas celebramos o evento do século I como se fora um evento estanque, histórico apenas, mas quando permitimos que a luta épica entre o bem e o mal seja travada dentro de nós, quando nos permitimos ser a manjedoura, quando experimentamos a visita dos anjos declarando que o menino nasceu, quando nos permitimos adorá-lo com nossos presentes, quando dizemos com Simeão: os meus olhos viram a salvação.
O Natal é um evento cósmico, universal de dimensões eternas, mas que só é real quando acontece aqui ou aí dentro do coração.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

NOVOS NOMES, VELHAS PRÁTICAS

Hoje acordei com um sentimento de desânimo. Tenho saudade do passado, sou até piracêmico, gosto do gosto do passado. Amo o passado, mas apesar disso e até de maneira antagônica, tenho os meus olhos voltados para o futuro. Estou absolutamente ciente que o novo sempre vem.
Acordei desanimado não porque o novo chegou, mas porque ele chegou com gosto de “mau passado”. Desanimei porque percebi que não avançamos, que estagnamos, que apesar das novas personagens, as práticas são antigas. Se temos novos nomes, continuamos com as velhas práticas, isso vale tanto para religião quanto para política.
Desanimei porque percebi que apesar das lutas, dos exílios, de tantas lágrimas, de tantos sonhos compartilhados e dos corpos estendidos ao longo do caminho percebo que parece que não valeu à pena, que não saímos do lugar, que andamos em círculos, e pior, retrocedemos, involuímos.
Desanimei porque percebi com o poeta que “meus heróis morreram de overdose e os meus inimigos estão no poder”, porque percebi também que necessito de uma ideologia pra viver. Desanimei porque apesar do sonho que ainda tenho, hoje ele parece mais distante que nunca. Desanimei porque percebi as novas personagens como zumbis, reencarnações de velhas personagens com suas atitudes e práticas carcomidas, travestidas de novos ideais. Desanimei porque quando olho nos olhos desses zumbis vejo a velha alma, o espírito de outrora como num filme trash, voltando para assombrar e para impedir que o verdadeiramente novo se instale. Como diria um velho sábio popular: mudam as cóleras, os cães são os mesmos, por isso acordei desanimado. Mas amanhã, bem amanhã, quem sabe ...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

ANTES QUE SEJA TARDE

Escutem! Este é o tempo em que Deus mostra a sua bondade. Hoje é o dia de ser salvo. (II Coríntios 6:2b)
No enterro do irmão mais moço, ele berrava: “Levanta, levanta daí, vai. Você pode ligar o meu som, eu deixo, pode ligar o quanto quiser.” A cena era de cortar o coração. Algumas horas antes o irmão mais moço tinha sido enxotado e repreendido severamente e aos gritos por ter ligado o som (motivo de grande ciúme por parte do irmão mais velho), em seguida uma carona, o acidente, a morte e tudo o mais perdeu o valor e agora só a dor de não ter aproveitado, não ter priorizado as coisas mais importantes e a certeza mórbida de que o tempo não voltaria.
Esta história serve pra ilustrar um dos terríveis males do nosso tempo: a procrastinação. Olho ao redor e vejo pessoas adiando as coisas importantes para atender a urgência de coisas urgentes, mas sem tanta importância. Há gente deixando para viver amanhã, quando isto ou aquilo acontecer. Conheço pessoas que decidiram adiar a felicidade. Estão construindo as bases para a felicidade. Amores que estão adormecidos para serem vividos quando as condições forem favoráveis. Cumprir o propósito de Deus em sua vida está sempre esperando ocasião oportuna, no futuro.
Vejo pessoas deixando de desfrutar a alegria porque pensam que ela virá no futuro, quem sabe depois de um evento grandioso, quando atingir a meta maior da vida. Como bem disse Guimarães Rosa: “Cada dia é um dia”. Saiba que a alegria não mora no futuro, mas neste momento que jamais se repetirá. Gosto da expressão de Jorge Luis Borges: “Disto é feita a vida, só de momentos. Não perca o agora.” Saiba que a alegria não mora só nas grandes conquistas, mas nas coisas simples, lá na sala de estar da sua casa, no espaço simples da sua rua, no baba jogado ao lado da igreja, nas boas risadas com os amigos. Bem declarou Mário Quintana: “Quantas vezes a gente, em busca da ventura, procede tal e qual o vovozinho infeliz: em vão, em toda parte, procura os óculos que estão bem na ponta do nariz.”
É tempo de romper com esta lógica louca e pretensiosa. Não temos o amanhã, o único tempo que temos é o agora. Somos feitos para a felicidade, para o prazer. Vivemos para o prazer. Felicidade só pode ser vivida no tempo presente, felicidade tem que ser aproveitada, vivida e sugada como se este fosse o último momento da vida, como um presente a ser consumido totalmente e na hora. Não adie mais a sua felicidade, o seu prazer de viver. Para isso quero lhe dar alguns conselhos bem práticos: ligue para um amigo, um velho amigo, que não vê há muito tempo, reafirme o seu amor por seus pais, abrace seus irmãos, declare seu amor aos seus filhos, ame seu amor, abrace alguém, sorria por estar vivo, toque-se, releia cartas de amor, desfrute de seu corpo, dance, reescreva cartas de amor, conheça sua história, respeite os mais velhos, volte a lugares bonitos ... invente ... Mas acima de tudo, saiba que a verdadeira felicidade começa com Fé, volte-se pra Deus, use seus dons em prol do próximo, cumpra o propósito que Deus estabeleceu para sua vida.
A maior tragédia será descobrir tarde demais que não dá pra voltar, que não dá pra recuperar o que se perdeu, que não dá mais ... Aproveite o dia! Viva! Ame! Seja Feliz, Hoje!!!!!

sábado, 21 de novembro de 2009

ACIMA DA MEDIOCRIDADE

A cena dos discípulos no caminho de Emaús (Lc 24:13-35) me faz lembrar de uma estória contada por Gabriel Garcia Marques. Diz o poeta: havia uma aldeia onde a vida transcorria sempre da mesma forma, a rotina fazia a vida acontecer no piloto automático, tudo sempre igual, sempre. Nada de novo acontecia, a vida era medíocre, mediana, embora aquele fosse um dos lugares mais lindos à beira mar.
Mas de repente, numa manhã, igual a qualquer outra manhã, eis que algo quebra a rotina: um corpo, o corpo de um homem boiava. Só há uma coisa a ser feita com um morto, enterrar, e foi o que fizeram. Mas antes era preciso preparar o corpo para o sepultamento e neste momento algo extraordinário, fascinante começou a acontecer. As pessoas começaram a imaginar como teria sido aquele homem, do que teria gostado, como teria tratado as pessoas, que palavras teria falado, como seria a sua voz. Depois do enterro começaram a conversar e contar estórias sobre o afogado e a imaginação fértil fazia com que cada um contasse uma história mais bela que a anterior.
Diz o poeta que muitos anos se passaram desde que o corpo foi achado, mas estórias continuaram a ser contadas. Os mais jovens se sentavam aos pés dos mais velhos e ao redor da fogueira escutavam lindas estórias sobre o afogado, e aquela aldeia nunca mais foi a mesma. O afogado levou aquela aldeia e aquelas pessoas para além da mediocridade. O morto despertou a vida dentro daquelas pessoas, trouxe vida aquela aldeia. Um único fato, uma coisa simples afetou as suas vidas para sempre.
A história de Emaús tem semelhanças com a nossa história e com a estória da aldeia. Muitas vezes estamos presos numa rotina mórbida que torna a nossa existência medíocre, vamos vivendo por viver, existindo numa vida sem perspectivas. Ligamos o piloto automático e a vida é uma mera narração do que passou. Estavam os discípulos no seu caminho com os olhos apenas para a tragédia e para o passado (Lc 24:14). Nossa existência, a dos discípulos e a dos aldeões pode ser mudada se permitirmos que um certo “morto” invada a nossa vida e desperte a vida que jaz dentro de nós (Lc 24:32). A vida que agora pulsa dentro de nós, pela chegada do novo em nós, não deve se calar, mas deve ser falada pelos cantos e às novas gerações para que a vida nunca mais volte a ser a mesma (Lc 24:33-35).
Em Emaús, na Aldeia ou aqui a existência pode ser mais rica, mais divertida, mais fascinante. Deus nos deu no último final de semana uma mostra de como Ele pode arrancar a nossa existência da mediocridade, da mesmice, da rotina que emburrece e nos fazer experimentar o extraordinário, aquilo que vai arder em nossos corações, que irá despertar a alegria, a esperança e a vida adormecidas dentro de nós e tornar a nossa vida ainda mais vibrante.
Deixe aquele que vive eternamente entrar em sua história, em sua vida, quebrar a sua rotina, enriquecer a sua existência. Deixe-se transformar. Sonhe, viva, conte e escreva a sua história. A história da sua vida fascinante com Jesus!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

ANDAR COM JESUS

Enquanto caminhava ao lado daquela velha senhora, ia ouvindo as suas histórias, seus ensinos. Falava das suas dores, dos seus temores, falava também das lições aprendidas na infância e de como aquilo lhe moldara e a tornara como pé de umburana, forte, resistente, que apesar da seca à sua volta permanecia teimosamente de pé. Assim foram as caminhadas na minha infância ao lado da minha avó materna, Dona Maria.
Enquanto andava uma légua até uma velha roça, ia sendo moldado, ia me humanizando, ia criando senso de pertencer a uma família, me familiarizando com minha própria história. Enquanto caminhava ia vivendo a aventura de existir. Tenho fortes e deliciosas lembranças, tenho saudade da minha infância e das caminhadas com minha avó.
Outra aventura fascinante tem sido caminhar ao lado do homem de Nazaré, do carpinteiro. Ao longo das últimas décadas tenho caminhado diariamente ao seu lado. Uma verdadeira aventura existencial, fascinante. Enquanto caminho o conheço melhor, o vejo servindo às pessoas, se interessando por cada uma, por cada história. O vejo tocando os intocáveis, amando os inamáveis, servindo os imprestáveis, encorajando os fracos, animando os quase mortos, levando a existência à sua plenitude de beleza e de vida (Lc 15:32).
Perto dEle toda felicidade incompleta ganha ar de celebração (Jo 2). Ao seu lado a velha vida ganha novos contornos e traçados (Jo 3). Existir com Ele é desmascarar toda pseudo-felicidade (Lc 19:8), ao caminhar a seu lado toda existência exausta ganha fôlego novo (João 4), toda impossibilidade é revogada (Jo 11:43,44). Com Ele descobrimos que para os erros há perdão (Mc 2:5), para os fracassos há nova oportunidade (Jo 8:11). Com Ele experimentamos o maravilhoso agir de Deus quando a experiência espiritual deixa de ser ritual e se transforma em relacionamento (Mt 17:1-13).
Andar com o Carpinteiro de Nazaré é aventurar-se a viver o extraordinário diariamente, mesmo nos encontros e situações mais casuais (Jo 6:1-15), é ter alguém por si, mesmo quando todos lhe abandonaram (Jo 5:7; Mc 1:41). Andar com Ele é saber que apesar do mundo cruel, das aflições e decepções que nos convidam a descrer da possibilidade de uma existência melhor, podemos experimentar o Reino de Deus entre nós (Mt 12:28), que é possível viver o amor num mundo tão egoísta (Lc 23:34), que o mundo pode ser o lugar sagrado da nossa existência em Deus (Jo 17:15).
Enquanto caminho vou sendo moldado, melhorado, vou me parecendo mais com Ele. Enquanto caminho com Ele vou me convencendo que faço parte da sua família, vou reescrevendo a minha história, vou tendo a experiência de que Andar com Ele é uma aventura fascinante.

domingo, 25 de outubro de 2009

MUNDO DA CRIANÇA

“Era uma vez ... e foram felizes para sempre”. Assim sempre começavam e terminavam as histórias que embalaram sonhos e vidas por muitas gerações. Entre estas duas frases verdadeiras batalhas, monstros, seres maus, mocinho, o bem que vence o mal e todos sorriam na cena final.
Mas o mundo real é tão diferente e cruel, tão desumano e nele as nossas crianças estão em perigo constante: balas perdidas, pedofilia, agressão e violência. Aqui nem sempre o lobo mau e as feiticeiras más são destruídos ou presos pra sempre.
Quanto mais penso nisso mais me sensibilizo com nossas crianças, e me pergunto como embalar os seus sonhos num mundo tão cruel? Aí me socorre Guido Orefice, personagem principal do filme “a vida é bela”. No filme Guido é levado para um campo de concentração nazista e tem que usar sua imaginação para fazer seu filhinho acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e da violência que os cercam. Com ele aprendemos como manter a esperança em meio à guerra, como não permitir que as dores do tempo presente tirem da criança o prazer de ser criança e a alegria de brincar.
Me dirão os “especialistas” que isso é fuga da realidade e dou de ombros pra eles, pois me assombra toda vez que vejo uma criança realista e responsável demais, me faz estremecer uma criança “consciente demais” das realidades deste mundo, fico abalado toda vez que vejo uma criança amedrontada não pelos ‘monstros’ que habitam seu mundo imaginário, mas pela realidade da violência que lhe cerca, das balas perdidas e dos assaltos freqüentes.
Hoje queremos prestar uma homenagem justa às crianças no mês dedicado a elas, queremos dedicar-lhes a homenagem ao tempo em que também nós voltamos no tempo pra brincar as brincadeiras de criança, pra entrar de novo no mundo da imaginação, do circo e do palhaço, pra dar aquele doce sorriso que dávamos nos tempos de menino, sem compromissos e sem medos. Poder reencontrar o nosso mundo imaginário e por um tempo, por menor que seja este tempo, poder brincar e sorrir.
Aliás, quem sabe fazendo assim possamos entender as palavras de Jesus: “quem não se tornar como criança, não pode herdar o reino”, quem sabe assim possamos não apenas entrar no mundo das crianças, mas permitir que o seu mundo nos invada e encha de cores, luzes e esperança a nossa vida tão adulta e tão séria.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

ConVIVER


“Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (Amós 3:3)

Fomos criados para a vida comunitária. Aliás, o próprio Criador ao ver aquele que foi feito à sua Imagem e Semelhança zanzando sozinho pelo paraíso, concluiu que “não era bom para o homem viver solitariamente”. Somos feitos para habitar em comunidade, para viver em grupo. Somos seres relacionais. Portanto viver implica em conviver, ou seja, viver com ..., embora esta não seja uma tarefa fácil, tanto que apesar dos milhares de anos que habitamos o planeta ainda ouvimos de guerras, brigas, desentendimentos e separações. Mas também é verdade que apesar de milhares de anos acontecendo isso ainda não nos acostumamos e sempre que uma separação ocorre sentimos, sofremos. Na separação, na briga, no desentendimento, na guerra não há vencedores, só perdedores, à medida que não cumprimos o propósito divino de vivermos, ou melhor, convivermos (com o outro, nosso irmão).
Também o povo de Deus tem experimentado isso ao longo dos séculos. Existem as separações por interesses conflitantes como foi o caso de Abrão e Ló, dois servos de Deus que em determinado momento embora se amassem já não podiam conviver, porque os interesses pessoais estavam em pleno conflito (Gn 13:8, 9). Também existem separações por visões ministeriais diferentes, como foi o caso de Paulo e Barnabé. Embora fossem homens de Deus, mas divergiram porque Paulo entendia diferente de Barnabé em relação à presença de Marcos na viagem missionária (Atos 15:36-41). Existem ainda separações por não suportar o preço a ser pago no discipulado (João 6:66-69). Na linguagem do profeta Amós tudo isso pode ser resumido na seguinte frase: “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?”
Conviver é uma necessidade, mas para experimentar a convivência que agrada ao Criador é necessário que haja harmonia e isso vem a partir de entendimentos e acomodações. Viver em comunidade requer a compreensão de que minha relação como o outro é feita de direitos e deveres. Mais que compreensão é preciso vivenciar a verdade de que “meu direito termina onde começa o direito do outro”. Sem isso fica impossível a convivência e daí surgem os conflitos, as divisões, as separações. Verdadeiramente sem acordo não é possível andar junto.
Erram os que imaginam que estes problemas não podem existir no meio do povo de Deus. O mais importante no meio do povo de Deus, não é que não temos estes problemas, mas como os resolvemos. Mais importante que as separações é como ficam as relações depois delas. No caso de Abrão e Ló, jamais se ouviu nos lábios de qualquer um deles palavras de desafeto ou de maldição em relação ao outro. No caso de Paulo e Barnabé, sabemos que depois de algum tempo o próprio Espírito convence o Apóstolo Paulo a ponto dele se sentir à vontade para reconhecer que o ministério de Marcos é uma bênção para o próprio Paulo (II Tm 4:11). Bom seria se aprendêssemos com Pedro que antes de dividir e abandonar o ministério chegar à conclusão extraordinária: aquilo que nos une deve ser sempre maior do que aquilo que eventualmente poderia nos separar – “ir pra onde, Senhor. Só tu tens palavras de Vida Eterna?” (João 6:68).

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Dai-lhes Vós de Comer

O ser humano tem cinco necessidades fundamentais, dentre elas quero chamar a atenção para uma: necessidade de Amor e Relacionamentos. A necessidade de ter amigos. uma família, alguém a quem amar e alguém por quem ser amado.
O mundo viveu uma das suas piores crises econômicas, mas há muito tempo sofremos de uma crise ainda mais grave e que poucos parecem perceber e se preocupar: a crise de afeto. Somos uma população, que poderia criar o MSA (Movimento dos Sem Afeto). A venda recorde de tranqüilizantes e de ansiolíticos denuncia que a falta de afeto tem trazido grande prejuízos para a maior parte da população do mundo.
Nos tornamos espertos demais. maliciosos demais, aderimos à filosofia do Gérson (levar vantagem), tememos levar desvantagem no balanço de afeto, dando mais do que recebendo e fomos trocando afetos verdadeiros por falsos e os relacionamentos tornam-se interesseiros, de desconfiança mútua, insensíveis, falsos e que por conta disso a vida ficou menos interessante. O resultado é um mundo onde amizades verdadeiras são cada vez mais difíceis e onde a beleza das pessoas afetuosas se tornam cada vez mais raras.
Particularmente sou tocado por pessoas que não se curvaram a esta lógica louca e continuam vivendo a sua humanidade afetuosa, construindo relacionamentos de amizade e de confiança mesmo quando são traídas, mesmo quando em troca do seu amor receberam a traição, assim como Jesus, que ao seu traidor declara a sua amizade (Mt 26:50). Sou tocado por pessoas que, vivem para saciar esta necessidade do mundo e reproduzir o modelo de vida de Jesus: amar até os inimigos.
Fui tocado especialmente na despedida da irmã Maria José, pessoa que não conheci pessoalmente, mas que ao perceber no choro silencioso de tantos, de tantas idades e por tantas diferentes razões, me dei conta que o mundo perdia uma dessas pessoas que distribui afeto, atenção, compreensão e amor, alguém assim parecida com Jesus. E assim o nosso mundo fica mais pobre a ainda mais carente de afeto ...
Quando olho pra este cenário pobre de afeto, um mundo tão carente e esta grande necessidade do ser humano quase posso ouvir Jesus dizendo: Dai-lhes vós de comer ...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O QUINTO PARDAL*

A promoção é clara: leve 5 e pague 4, ou seja o quinto é de graça. Quando pagamos o valor, pagamos apenas por 4, isso significa que o quinto não tem valor, não tem preço, é de graça. A barganha e o brinde sempre estiveram presentes nas transações comerciais. Na bíblia quando comparamos os textos de Mateus 10:29 e Lucas 12:6 concluímos que Jesus está se referindo à promoção de pardais. Em Mateus é dito que 2 pardais são comprados por um asse (moeda de menor valor nos dias de Jesus), já em Lucas 12:6 Jesus afirma que com 2 asses (duas moedinhas) você compra 5 pardais, ou seja o quinto pardal sai de graça.
Jesus usa este exemplo para falar do valor de cada ser humano. Há pessoas cujo senso de desvalor é muito grande e por isso precisam estar perto de gente importante pra se sentir importante e assim quem sabe formar a dupla de pardais que podem ser comprados por uma moedinha. Há também os que tentam se valorizar buscando títulos, não porque entendem que os títulos sejam a recompensa pelo esforço pelo saber, mas tem no uma forma de quantificar o seu valor. Há pessoas que o valor está em ter ou em parecer que tem e por isso não é incomum usar as marcas, as grifes de gente famosa pra ver se o embrulho valoriza o conteúdo. São pessoas com síndrome de pardal, acreditando mesmo sem dizer que não valem mais que uma moedinha, que podem ser comprados ou tidos por pessoas insignificantes.
Mas há um estado ainda pior. São as pessoas que se julgam o quinto pardal, o contrapeso, o brinde, o sem valor. Aquela menina que quando sabe que o rapaz está interessado começa a se perguntar o que ele viu nela? É aquela pessoa que quando a oportunidade de emprego surge e a entrevista é marcada fica morrendo de medo de fracassar, pensando que aquilo que será perguntado, será exatamente o que eu não sei. Aquela pessoa que desistiu do concurso e do vestibular porque se acha menos inteligente e tem medo que sua ignorância fique exposta, afinal ela não passa do pardal da promoção.
Jesus, aquele que sabe o real valor de cada vida e portanto o valor da sua vida nos diz em ambos os textos: “vocês são valiosos para Deus a tal ponto que mesmo as coisas mais insignificantes em vocês, Ele as tem por preciosas” (Mateus 10:30) e culmina com a frase de que não somos nem o quinto pardal, sem valor, nem um dos pares dos pardais que são comprados por valor irrisório, mas que valemos mais que muitos pardais, que somos preciosos aos olhos de Deus (Mateus 10:31). A bíblia diz que Deus não é homem para que minta nem filho de homem para que se arrependa. Se Jesus afirma que tenho valor preciso me valorizar na mesma medida em que Deus, o meu Deus me valoriza. Pense nisso ...
Roberto Amorim
*Baseado numa idéia do Livro de Max Lucado: “Sem medo de viver”

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ECLESIOLATRIA BATISTA

Julgar é uma das tarefas mais nobres. Exercer juízo e fazer a justiça prevalecer é sem dúvida tarefa para pessoas dignas. Não basta ter o fato e a norma, é preciso também ter os valores que nortearão o magistrado na interpretação do fato à luz das normas e aplicar ou não as sanções sempre visando o bem da sociedade.
Embora a lei seja uma, o fato seja conhecido e bem definido como podemos entender tantos juízos diferentes? A resposta é simples: interpretação. E o magistrado interpreta a partir dos seus valores. O juízo revela os valores que norteiam o magistrado.
Eu arriscaria dizer que um julgamento revela os valores não só da sociedade, mas acima de tudo, os valores do magistrado. Aplico o termo valores em dois sentidos: a) no sentido de crenças e b) no sentido de preço. A nação tem experimentado julgamentos infames por conta de juízes corrompidos, sejam nas suas crenças, sejam nos seu caráter venal.
Todavia existe algo ainda mais cruel e vil que é o fato do juiz não aceitar os limites da sua autoridade e além de usar as normas para julgar um fato, sente-se tão onipotente que crê ser possível, ele mesmo criar as normas, numa soberania digna dos ditadores e piores tiranos da história humana.
Como disse, julgar é uma atividade nobre e deve ser exercida por pessoas dignas. Quando isso não acontece o povo perece, os oprimidos o são ainda mais, o mudo fica sem voz e as indignidades se perpetuam.
Esta semana fui surpreendido por um e-mail que narrava uma decisão do Conselho da CBB que me deixou atônito, não pela decisão, que me pareceu bem intencionada, mas como já disse alguém: a estrada para o inferno é pavimentada de boas intenções. Fiquei perplexo porque percebi ali os “valores” dos julgadores. Entre estes valores não pude deixar de considerar também a brecha que estamos abrindo, permitindo que eles não apenas usem a norma para julgar, mas que a modifiquem a seu bel prazer, para alcançarem seus intentos. Numa contradição com a própria decisão, o Conselho tornou-se Soberano e inquestionável.
Fui surpreendido porque alegamos que a bíblia é a nossa única regra de fé e prática e em nenhum momento nas Escrituras Sagradas encontramos o atributo Soberano para a igreja. Este é reservado unicamente à Deus. Deus não aceita dividir a sua glória nem mesmo com a igreja. Se temos um “segundo senhor” que seja anátema.
Fui surpreendido ao vê-los “adulterando a norma”. Alegam que a Soberania da igreja trata-se de um princípio batista, induzindo ao erro, querem fazer crer que autonomia e soberania são as mesma coisa. Num arroubo de arrogância estes senhores usurparam a glória divina para si ou para outrem. Na Declaração Doutrinária ou nos Princípios Batistas jamais lemos qualquer referencia a uma suposta Soberania da Igreja. Cada vez que o termo Soberania aparece nos documentos batistas refere-se ao Eterno. Nossos antepassados, dignos que eram, reservaram este atributo unicamente a Deus, como era de se esperar.
Fui surpreendido pela decisão porque embora recomendem a outros que aceitem a “Soberania da Igreja”, eles mesmos não estão dispostos a seguir isto, tanto que nas decisões das Convenções Estaduais e Brasileira fica explicitado que se a igreja tomar a decisão de não contribuir com o Plano Cooperativo, a CBB e Estaduais a punirão com a impossibilidade de eleição dos seus membros para qualquer cargo na denominação, salvo exceções.
Fui surpreendido porque uma das características batistas, exposta em sua filosofia, é a cooperação entre as igrejas autônomas. Esta cooperação obviamente se dá entre entidades autônomas que estabelecem leis que regem as relações dessa cooperação e que ao votarem estão livres para aceitar ou não os termos, mas uma vez tendo aceito e enquanto permanecerem associadas deverão submeter suas decisões, naquilo que couber, à decisão da associação ou convenção, sem prejuízo da autonomia da igreja local. Não existe cooperação sem leis que estabeleçam os limites do direito e do dever.
Logicamente que esta decisão do Conselho está pautada em “valores” equivocados que conduzem a denominação a uma eclesiolatria nominal. Autonomia sim, mas sempre sob a autoridade do Soberano. Autonomia sim, Soberania jamais. Só pra encerrar gostaria de dizer aos “nobres julgadores” que entendam que minha palavra se pauta no princípio da ‘absoluta liberdade de consciência’ e que nesta denominação pelo menos até agora não existe um “inerrante” nem mesmo o Conselho da CBB.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

ÍDOLOS

“Disse o Senhor a Moisés: Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá. Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por alguma serpente, se olhava para a de bronze, sarava ... “Ezequias tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera, porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã.”. (Números 21:8, 9; II Reis 18:4)

Alguém já disse que uma bênção não pode atrapalhar outra bênção. E o livro de provérbios diz que a sabedoria clama nas ruas e faz os seus discursos em plena praça, mas o insensato não ouve os seus ensinos. A Palavra de Deus está repleta de exemplos de bênçãos que deixaram de ser e perdendo a sua função são aniquiladas. Aliás no Livro do Apocalipse o Senhor mesmo diz à igreja de Éfeso: “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal”. Este texto traz uma advertência à igreja dizendo que quando ela não cumpre a sua função acaba virando um ídolo e o fim dos ídolos é a destruição porque Deus abomina os ídolos, sejam eles quais forem.
No texto acima vemos Deus tendo misericórdia do seu povo e mandando Moisés construir uma imagem que quando as pessoas olhassem não morreriam com o veneno da serpente. A imagem é uma alusão clara ao Cristo que seria levantado numa haste (cruz) e que aniquilaria o efeito do veneno da antiga serpente e aquele que olhasse para ele seria curado. Passada a praga aquele estandarte deveria ficar como um memorial dos feitos poderosos de Deus. O povo deveria olhar para ele e se lembrar do Deus poderoso que livra, que cura e que liberta. Deveria se ver como um povo especial, escolhido para uma missão especial, mas ao invés disso, o povo começou a adorar e agora o ídolo tinha até nome próprio: Neustã. Pois bem Deus abomina os ídolos, sejam eles quais forem e irá destruí-los um a um e Neustã foi extinto pelas mãos de Ezequias.
Uma lição bem prática para os dias de hoje que tiramos deste texto é que quando uma prática ou algo, mesmo que instituído por Deus, quando perde a sua função, quando vira ídolo, o próprio Deus se encarrega de destruir ou de repreender severamente (Isaías 58; Amós 5).
Tenho visto algumas práticas no mundo evangélico que embora tendo nascido sob a Palavra de Deus estão se desvirtuando e se tornaram ou estão se tornando ídolos. Nesses casos fica a advertência: “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal”. Lembre-se: o fim dos ídolos é a destruição porque Deus abomina os ídolos, sejam eles quais forem.